Vânia é licenciada em Educação Artística/Artes Plásticas pela Udesc (1991), especialista em Educação Especial e Práticas Inclusivas (2008) e atua na FCEE desde 2008, primeiro desenvolvendo trabalhos no Centro de Educação e Trabalho (Cenet), e posteriormente no Naah/s. Também participaram da mesa-redonda a professora de apoio pedagógico da Associação Catarinense para a Integração do Cego (Acic), Sulísia Westphal Roman, e a intérprete de Libras Daniela Almeida Moreira.
A apresentação de Vânia foi focada em dois projetos: “Arte, Inclusão e Cidadania”, desenvolvido em 2009 com os aprendizes do Cenet e alunos do Naah/s, e “Cal na Parede”, de 2011, desenvolvido no Naah/s. Nas duas experiências, Vânia destacou a importância do contato com manifestações artísticas e culturais como fonte de inspiração e aprendizado.
Projeto Arte, Inclusão e Cidadania
O projeto“Arte, Inclusão e Cidadania” foi focado na produção de artesanato, utilizando materiais variados, como argila, cerâmica, madeira, entre outros. Sobre esta inicativa, Vânia ressaltou a importância da preparação dos alunos. “Antes de produzirem seus próprios materiais, visitamos exposições de arte popular e artesanato para que pudessem conhecer variadas técnicas e expressões de arte”.
Cal na Parede
O projeto “Cal na Parede” foi uma crítica bem humorada da Cow Parade, evento que acontece no mundo inteiro e que em 2011 passou por Santa Catarina. Inspirados por essa manifestação artística, os alunos do Naah/s criaram sua própria versão da exposição, realizando intervenções em vaquinhas de cerâmica. A temática escolhida para as pinturas foi a cultura local. “Como acreditamos que através do conhecimento e direito à prática de nossas raízes culturais estamos exercendo também nosso direito à cidadania, optamos pela temática do folclore no litoral catarinense".
Vânia conta que, para se inspirarem, os alunos visitaram museus e participaram de encontros e exposições. "Sem as nossas saídas não seria possível o entendimento necessário para desenvolver esse tipo de trabalho”. A professora acrescenta que essas visitas, chamadas de atividades de enriquecimento curricular, já fazem parte da agenda do Núcleo, que conta com cerca de 40 alunos.
Vânia mostra portifólio de trabalhos desenvolvidos com alunos do Naah/s |
Acessibilidade em espaços de arte e cultura
Sobre
a acessibilidade nos espaços culturais visitados, Vânia relata que
nunca vivenciou nenhuma situação problemática, nem com aprendizes do
Cenet, nem com alunos do Naah/s. “Isso porque sempre nos preocupamos em
ligar antes da visitação, para saber como eram os acessos, se havia
rampa, essas coisas. Se não fosse essa precaução, talvez poderíamos
passar por problemas, pois muitos locais não estão preparados para
receber pessoas com algum tipo de deficiência”.
A professora atenta ainda que o conceito de acessibilidade é muito amplo, e não compreende apenas questões espaciais, mas também de aceitação e cidadania. “É importante que os alunos sejam bem acolhidos nesse locais para que sintam parte deles. Não há cidadania sem acessibilidade. E para ser cidadão, a pessoa precisa saber quem é, conhecer suas origens. E isso passa pelo conhecimento de sua cultura, pela identificação do indivíduo nas obras culturais. Para isso, elas precisam estar acessíveis”, conclui.
Assessoria de Comunicação FCEE