Um estudo pioneiro em Santa Catarina sobre a usabilidade de uma interface cérebro-computador aplicada a pessoas com paralisia cerebral, realizado por pesquisadores da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) e da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), será apresentado na 10ª Conferência Internacional sobre Tecnologias Pervasivas Relacionadas a Ambientes de Vida Assistida (PETRA, na sigla em inglês), que ocorre entre os dias 21 e 23 de junho na Ilha de Rodes, na Grécia.

A pesquisa, de autoria de Alejandro Rafael Garcia Ramirez, professor e pesquisador do Programa de Pós-graduação em Computação Aplicada (MCA/Univali) e Jéferson Fernandes da Silva, pesquisador do MCA/Univali, em parceria com a terapeuta ocupacional Ana Carolina Savall, da FCEE, apresenta dados sobre o desenvolvimento de um sistema chamado de Interface Cérebro-Computador, que vem sendo utilizado na FCEE por pessoas com múltiplas deficiências.

O sistema é formado por um hardware em formato de fone de ouvido com sensores para a região frontal do cérebro e um software desenvolvido pela equipe do Mestrado em Computação Aplicada da Univali. Na parte física do equipamento, sensores captam expressões, como piscar de olhos ou levantar a sobrancelha, enquanto o software traduz a captação destes movimentos para formar palavras e frases.

O mecanismo é fruto de diversas pesquisas realizadas em conjunto pelas duas instituições, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). As instituições vêm trabalhando conjuntamente desde 2012 para o desenvolvimento de soluções de comunicação para crianças que sofrem de paralisia cerebral e enfrentam desafios ocasionados por distúrbios motores, especialmente casos complexos, quando a comunicação só é possível por meio de movimentos oculares e o piscar, bem como por meio de pequenos movimentos nas mãos e nos pés.

Teve início nesta terça-feira, 13 de junho, no Auditório da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), o I Seminário Catarinense de Baixa Visão. Integrando as comemorações do Ano do Cinqüentenário da FCEE, a cerimônia de abertura contou também com uma homenagem especial à servidora aposentada Edinéia Linhares Jaeger, escolhida como representante de todos os servidores que ajudaram a construir a história da FCEE na área da deficiência visual.

Voltado para professores e equipes pedagógicas, o Seminário teve como objetivo capacitar e atualizar profissionais de instituições educacionais na área da deficiência visual/baixa visão. Organizado pela Gerência de Capacitação, Articulação e Extensão (GECAE) e coordenado pelo Centro de Apoio Pedagógico e Atendimento às pessoas com deficiência visual (CAP) o evento contou com a realização de diversas palestras ministradas por profissionais da FCEE abordando temas como “Noções sobre aspectos psicológicos e sociais da baixa visão”, “Aspectos Patológicos da Baixa Visão”, “Orientação e Mobilidade”, “Avaliação funcional e reabilitação de pessoas com baixa visão” e “Baixa Visão e suas Tecnologias”.

Na cerimônia de abertura do Seminário, o Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão da FCEE, Pedro de Souza, destacou o trabalho da instituição ao investir no conhecimento para qualificar o atendimento ao público da educação especial. “Na FCEE atendemos estudando, pesquisando e produzindo conhecimento através de dez Centros de Atendimento Especializado”, destacou o Diretor, que também conduziu a homenagem à servidora aposentada Edinéia Linhares Jaeger. “A professora Edinéia, que entrou na FCEE em 1978, representa todos os servidores que já passaram pelo CAP e pela área da deficiência visual”, afirmou.

Em seu discurso, Edinéia, que recebeu um diploma de agradecimento pelos anos dedicados ao trabalho em prol da educação especial em Santa Catarina, salientou a importância dos seus colegas professores ao longo da sua trajetória. “Hoje vivo uma das mais importantes experiências da minha vida, o reconhecimento pelo trabalho que tive a oportunidade de realizar graças à FCEE, mas é importante dizer que não cheguei aqui sozinha, cheguei aqui graças à ajuda dos meus colegas”. A professora aposentada, que trabalhou mais de 30 anos na instituição se dedicando aos alunos com deficiência visual, também ressaltou a importância de pais e alunos na sua carreira. “Meus alunos sempre foram muito especiais na minha carreira e estou aqui hoje por causa deles”, afirmou, destacando também a atuação dos pais, que estavam sempre juntos “na luta por um caminho desconhecido em busca da autonomia dos seus filhos”.

O coordenador do CAP, pedagogo Marcelo Lofi, destacou em seu discurso a importância dos estudos e da atualização na área da baixa visão. “É uma área de atendimento com várias especificidades, por isso é importante estar sempre estudando para conseguir compreender as singularidades em cada aluno”, afirmou Lofi.

O CAP é o Centro de Atendimento da FCEE responsável por produzir conhecimento, capacitar profissionais, assessorar os serviços, analisar processos de implantação de serviços especializados e acompanhar os usuários na área de deficiência visual. Entre os trabalhos realizados pelo CAP, está a produção de livros didáticos acessíveis (braille e livro digital falado) para escolas públicas de Santa Catarina.

A Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) divulga a tabela de vagas referentes à 6ª Escolha de Vagas do Processo Seletivo 003/2016/FCEE, que visa admitir professores em caráter temporário, para atuarem na educação especial no Campus da FCEE, em 2017. A 6ª Escolha de Vagas ocorrerá no dia 19 de junho de 2017, às 14 horas, na sala da Supervisão de Educação Especial da Diretoria de Ensino, Pesquisa e Extensão (DEPE) da FCEE. A Gerência de Gestão de Pessoas ressalta que, conforme prevê o Edital nº 003/2016/FCEE, o candidato deverá apresentar obrigatoriamente, no momento da escolha de vaga, o documento de comprovação da habilitação mínima exigida, bem como os cursos, de acordo com a disciplina de sua opção de inscrição. Confira a Tabela de Vagas neste link.

 A Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) firmou no último dia 7 de junho uma parceria com a 25ª Promotoria de Justiça de Florianópolis do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) para a realização de inspeção nas escolas particulares da capital com o objetivo de verificar se os estabelecimentos de ensino cumprem as normas relativas à educação inclusiva. O projeto é uma iniciativa do Promotor de Justiça Davi do Espirito Santo, titular da 25ª Promotoria. Participaram desta ação a Integradora de Educação Especial da FCEE, Maria Stela Sumienski, acompanhada da pedagoga Fabiana de Melo Giacomini Garcez e da terapeuta ocupacional Ana Carolina Saval.

As visitas às escolas serão realizadas por uma equipe técnica da FCEE ao longo deste ano letivo. Após cada visita realizada, a equipe da FCEE entregará um relatório à 25ª Promotoria, indicando os aspectos que interferem no processo de inclusão e de aprendizagem das pessoas com deficiência, bem como as possíveis soluções.

No encontro realizado no dia 7, a FCEE também se colocou a disposição para promover capacitação por meio de cursos e assessorias às escolas visitadas.